9 de dez. de 2015

Costura em tempos de aperto

Olá!

Eu estava planejando a viagem para Paris com o marido quando precisamos fuçar em faturas de cartão de crédito em busca de uma informação de uma reserva que fizemos. Em uma delas, bem recente, tinha a compra do molde do vestido Wren, da Colette Patterns. Este é o meu site favorito de moldes e compro quase tudo que lançam.


Aproveito que nos primeiros dias os moldes costumam ser vendidos com desconto e compro logo, pensando estar fazendo um bom negócio. Aí encontrei uma despesa "inocente" de R$ 50,00 referente a este molde.

Caramba, 50 Reais em um único molde? Mesmo que ele seja ótimo, com boas explicações e tudo mais, infelizmente acho que passou a fase dessas compras. Quem começou a costurar há poucos anos, como eu, estava mal acostumada a comprar coisas em dólar ou euro e não sentir doer muito no bolso na hora de converter para reais.

Eu já estava planejando comprar tecidos na viagem e estipulei desde aquele momento do "susto" um valor máximo para gastar e o que eu iria priorizar. Primeiro, manter o exercício da cartela de cores que bolei (aqui). Segundo, priorizar a compra de tecidos que possam virar boas partes separadas, já que vestidos eu tenho até demais (e tinha acabado de comprar um molde novo de vestido, ô vício).


Enfim, comecei a pensar no que fazer para gastar menos - ou gastar com mais sabedoria - em tempos como este que estamos vivendo, até porque não parece que isso vai se reverter rapidamente. Compartilho com vocês as minhas observações:

1. Usar os moldes que já tenho.
Tenho muitos moldes, alguns que nem usei ainda, como este que contei que comprei há pouco tempo. Alguns modelos que gosto muito merecem ser repetidos também.

2. Buscar moldes gratuitos.
Algumas peças que fiz recentemente foram feitas com moldes gratuitos e todas valeram super a pena. A camiseta Plantain da Deer and Doe, a regata Sorbetto da Colette Patterns e o shorts envelope d'A Costureirinha são ótimos exemplos!

 
Minhas peças com moldes gratuitos (posts da camiseta, da regata e do shorts)

Quando eu falo em moldes gratuitos, reforço que não costumo usar coisas que nasceram como pagas e que foram distribuídas a esmo pela internet. Sei qual o trabalho de modelar, testar e aperfeiçoar uma peça e que quem o fez precisa receber pelo seu trabalho.

Se o criador resolveu disponibilizar gratuitamente é uma decisão dele, até para conhecermos o seu trabalho - e eu acho que funciona muito bem. Agora, se o projeto é pago, precisa ser comprado de maneira regular #abaixoaspequenascorrupcoes

3. Usar moldes de revista.
Eu tenho revistas Burda desde o tempo que só a edição portuguesa chegava aqui. Quando a edição brasileira foi lançada, já assinei de cara, então não perco uma.

Uma revista custa atualmente R$ 12,90 na banca e tem muitos modelos diferentes por edição. Se você fizer apenas um molde de uma revista, ela já estará mais do que paga, concorda?


O que às vezes me dá um pouco de preguiça é de sair folheando todas elas em busca de uma peça específica. Eu tenho duas táticas que me ajudam:
a. Logo que a revista chega eu já marco com post-its os modelos que gosto. Assim, na hora de procurar eu já agilizo o processo.
b. Faço uma busca pela loja virtual de moldes da Burda americana. Aí encontro o equivalente nas minhas revistas.

Por exemplo, fiz uma busca por macacão no site (em inglês é jumpsuit). Encontrei este macacão que aparece no site como sendo de junho/2015. Como temos 6 meses de diferença por conta da adequação das estações do ano, sei que este modelo está na edição de dezembro/2015. Aí é só ir direto na revista específica. Fácil, né?!

4. Lançar mão dos conhecimentos de modelagem.
Ultimamente eu tenho usado menos moldes prontos pois estou exercitando os conceitos de modelagem que estou aprendendo no curso do Senac. Agora, por exemplo, estou trabalhando com modelagens de calça, a última parte do curso. Depois que o curso acabar, quero continuar a fazer a modelagem das minhas peças, para não perder este aprendizado.

Se você sabe construir seus próprios modelos, aproveite para colocar esse conhecimento em prática!


5. Se for para fazer investimento mais alto, invista em boas aulas.
Recentemente eu fiz uma aula dupla com a Francine Lacerda pois amei a saia Vivi que ela criou. Paguei pela aula, voltei para casa com uma saia linda (usei um tecido que eu já tinha, oba!), com um molde com 5 opções de tamanho, dicas ótimas e horas deliciosas de costura. Tudo que só o contato pessoal proporciona e que o investimento sempre é certeiro.

6. Use os tecidos que você já tem.
Sim, chegamos a uma parte delicada. Todo mundo que costura tende a acumular tecidos, algumas pessoas mais outras menos, mas sempre existe mais tecido do que a nossa capacidade de costurar. Ter os tecidos arrumados ajuda a localizar se você já tem em casa algo que possa ser usado imediatamente em um projeto. Eu organizei meus tecidos no ano passado (contei como fiz aqui) e isso só trouxe coisas boas.

7. Se comprar um tecido novo, compre sabendo em que vai usar.
A gente consegue ir ao shopping e não trazer nada, já voltar de mãos vazias de uma loja de tecido é bem mais difícil, né?!
Hoje em dia eu só vou a alguma loja de tecido quando preciso de algo que sei que não tenho em casa, compro a quantidade suficiente para o projeto e só volto com alguma coisa além disso se for por conta de uma boa ideia que surge na hora ou por conta de alguma boa promoção. Caso contrário, "o tecido bonitinho mas que eu vivo sem" fica na loja.

8. Em viagens, leve uma lista de projetos que ainda não têm os respectivos materiais.
Eu tenho feito isso há um tempo e tem rendido bons frutos. Quando o câmbio era mais amigável e eu não tinha essa listinha para pautar as minhas compras em viagens, acabava trazendo tecidos bons e lindos, mas alguns deles estão guardados até hoje à espera de um projeto que eu possa usá-los. Tem um tempo que a estratégia era esta aqui, mas fui adaptando ao longo do tempo e da variação do câmbio pra cima. As últimas compras que fiz já foram feitas pensando em atender o que está na minha lista e logo menos mostro aqui no blog.

Porque deixar de costurar a gente não vai, então vamos nos adaptar à situação atual, certo?

Beijos e boas costuras!

6 comentários:

  1. Oi Kátia! sou sua fã, e assim como você, amo costurar, pra mim e pras minhas meninas também, às vezes arrisco algumas coisas pro marido também. Sempre usei moldes da manequim, mas às vezes o que gostamos não está no nosso tamanho e tals. Há algum tempo atrás descobri a Marlene Mukai na eduk.com.br, gostei das aulas dinânimas dela, e andei arriscando uns vestidos, seguindo os moldes dela (marlenemukai.com.br), adequando às minhas medidas e tenho gostado muito. Como moro no interior do interior de Rondônia, as opções por aqui são bem poucas, temos que usar a imaginação e a criatividade. bjks

    Dirley

    https://www.facebook.com/dirley.cardozomoreira?ref=bookmarks

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    1. Oi, Dirley!
      Obrigada pela visita e pelo comentário!
      Eu tentei fazer um vestido da Manequim uma vez mas tive problemas com o tamanho, aí depois não peguei mais nenhum desta revista para fazer, até porque estou gostando muito da Burda!
      Vou procurar saber mais sobre a Marlene Mukai, sempre é bom conhecer mais métodos e propostas, não é?!
      Beijos e boas costuras!
      Katia

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  2. Oi Kátia! Adorei as suas dicas, principalmente sobre como achar os moldes da Burda pelas indicações do site. Genial! Também concordo que 50 reais é muito para um molde, mas quando lembro dos preços das roupas no shopping, nem acho que 50 reais seja taaanto assim. Ainda mais se eu usar mais de uma vez o molde. Penso também que esses moldes mais explicados meio que valem por uma aula, pois mostram com diagramas e desenhos, o que torna bem mais fácil de entender, pelo menos para mim, que estou começando. Essas são as desculpas que uso quando quero comprar os moldes da Republic du Chiffon, que adoro! :DDD
    E além disso, esse Wren vai ficar ótimo em você.
    Falando em moldes grátis, você conhece os da Make my Lemonade ? É de uma moça francesa, com estilo bem jovem. Vários moldes em pdf são grátis. O como fazer vem em vídeo, no site. Dê uma olhada, quem sabe te interessa:
    http://www.wearlemonade.com/fr/patrons/30-patron-de-couture-mona.html
    http://www.wearlemonade.com/fr/patrons/19-patron-bianca.html
    Abraços, Priscila Nicola

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    1. Oi, Priscila!
      Obrigada pela visita e pelo comentário!
      Esse ponto que você levantou é verdade: se compararmos o preço do molde (por mais que esteja bem caro hoje em dia) com o preço de uma roupa pronta, não é caro mesmo. Não estou desconsiderando o quanto o material é bom, pois realmente é uma aula que vem junto com o molde, mas o valor atual me fez pensar como está pesando mais no bolso...
      Vou conferir os moldes que você me indicou, adoro ver mais possibilidades!
      Obrigada pela dica!
      Beijos e boas costuras!
      Katia

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  3. Acho também que uma boa opção é procurar moldes mais em conta também - fiquei de verdade surpresa com a qualidade do molde de calça da Simplicity (Simplicity 3686) que eu comprei no site sewingpatterns.com (que foi 6 dólares) - o modelo veio com as explicações de cada passo da calça, além de ter 4 variações - o modelo base que é uma pantalona (com e sem debrum na barra), uma variante reta , 1 pantacourt e 1 capri . Fiz a pantalona e ficou bem bonita - as dúvidas que eu tinha era mais por inexperiência em costura mesmo :D

    Às vezes também eu acho que se cobra muito pelo hype dos patterns indie - claro que existem diversos moldes excelentes , mas precisa cobrar 12 dólares por um modelo de saia? Tem outras que valem, como por exemplo um molde excelente de calça jeans :D

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    1. Oi, Lia!
      Obrigada pela visita e pelo comentário!
      Eu nunca usei moldes da Simplicity, vou conferir, adorei a dica!
      Sobre os moldes Indie, na verdade eu até entendo o valor, já que a produção é feita por poucas pessoas, num outro ritmo, em pequena escala. Por isso não dá para cobrar bem baratinho. Eu nem questiono o quanto esses moldes custam, mas para nós aqui no Brasil agora ficou bem puxado pagar por eles...
      Quanto ao tipo de molde, sim, às vezes compensa bem mais pagar por um bom modelo de calça jeans do que por uma saia simples, mas também temos que ver que eles procuram fazer moldes que atendam a todo mundo, das costureiras iniciantes às mais experientes.
      Enfim, é um assunto complexo, né?! Mas vale a pena pensar bem antes de cada compra para que ela seja proveitosa!
      Beijos e boas costuras!
      Katia

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Beijos e boas costuras!
Katia e Ana

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